Cada pessoa responde aos alimentos de uma maneira diferente e nem sempre o que estĂĄ na moda nos faz bem. A nutricionista da rede Mundo Verde esclarece que não são só os celĂacos que devem ficar atentos aos efeitos do glĂșten no organismo.
Tão comum no nosso dia-a-dia, o glĂșten estĂĄ presente à nossa mesa, e Ă© algo tão natural, que só lembramos que estamos consumindo ao ler ?contĂ©m glĂșten? na embalagem. EstĂĄ presente em pães, bolos, biscoitos e em quase todos os produtos industrializados. O glĂșten Ă© uma proteĂna presente no trigo, aveia, cevada, centeio e malte, e tĂȘm sido fonte de muita polĂȘmica e discussão. Mas afinal de contas, o glĂșten deve ou não fazer parte de nossa dieta?
Existem dois casos em que o glĂșten não deve ser ingerido, pessoas portadoras da doença celĂaca e aquelas que tĂȘm hipersensibilidade ao glĂșten. Os celĂacos são pessoas que possuem intolerância permanente ao glĂșten, e que não podem ingeri-lo de forma alguma. A doença não tem cura, mas retirando esta proteĂna da dieta a pessoa consegue levar uma vida saudĂĄvel e normal. No caso da hipersensibilidade, a pessoa sente alguns desconfortos, mas como essa alergia Ă© mais leve, ela não serĂĄ diagnosticada como celĂaca.
A nutricionista FlĂĄvia Morais, da rede Mundo Verde, especializada em produtos naturais, orgânicos e para bem-estar, explica que existem diversas pesquisas que sugerem que a ingestão de glĂșten por pessoas hipersensĂveis afeta a função normal do cĂ©rebro e pode causar sintomas imunológicos e intestinais. Os sintomas mais comuns relacionados ao glĂșten são constipação intestinal, rinite, asma, artrite, prurido, dermatite e acne, alĂ©m de alterações de humor, ansiedade, depressão e sĂndrome do pânico.
Quando não são imediatos, os sintomas podem se manifestar atĂ© quatro dias depois da ingestão do alimento, e muitas vezes de maneira crônica. Por isso torna-se difĂcil para a maioria das pessoas relacionar qual alimento ocasionou o sintoma. DaĂ a necessidade de observar permanentemente e, se possĂvel, anotar em um papel como o corpo responde após a ingestão dos alimentos, alerta a nutricionista.
No caso do glĂșten, um grande nĂșmero de pessoas observa que os sintomas são atenuados e atĂ© desaparecem com a retirada do alimento alergĂȘnico. Por isso, a dieta Ă© sugerida para verificar se a exclusão do glĂșten proporciona melhoria nos sinais e sintomas apresentados.
Ă o caso da aposentada Sônia Regina, 58 anos, que cortou o glĂșten de sua dieta hĂĄ seis meses. Ela não Ă© celĂaca, mas sentia alguns desconfortos e foi orientada por sua nutricionista a fazer o teste da dieta sem glĂșten para ver se conseguia melhora nos sintomas. ?Eu sentia um desconforto intestinal muito grande, e fiz o teste da dieta sem glĂșten durante um mĂȘs. Mesmo com pouco tempo, a melhora jĂĄ foi significativa, então resolvi segui-la e hoje posso dizer que obtive uma melhora de 70%?, atesta Sônia Regina.
Para pessoas que apresentam problemas crônicos de constipação, flatulĂȘncia, artrite, coceiras pelo corpo, enxaquecas, alterações de humor e ansiedade e que ingerem glĂșten com frequĂȘncia, a sugestão Ă© restringir o consumo desses alimentos para observar se hĂĄ melhora dos sintomas. ?Ă preciso lembrar que o glĂșten não Ă© um nutriente essencial para a saĂșde e a sua retirada da dieta não causa prejuĂzos?, afirma FlĂĄvia.
Dicas para uma Dieta Sem GlĂșten
A nutricionista FlĂĄvia Morais elaborou algumas dicas para as pessoas que querem descobrir se tĂȘm hipersensibilidade ao glĂșten. Lembrando que, antes de tomar qualquer decisão, Ă© sempre importante consultar um profissional de nutrição para que não haja prejuĂzos à saĂșde.
* A restrição ao glĂșten deve ser feita pelo perĂodo de duas semanas a 40 dias. Nesta fase, não se deve ingerir qualquer alimento que contenha a proteĂna em sua formulação. Portanto, a leitura do rótulo Ă© fundamental para identificar a ausĂȘncia de glĂșten nos produtos.
* Após o perĂodo de exclusão, o glĂșten deve ser reintroduzido na dieta, em trĂȘs refeições, num mesmo dia. Depois, volta-se a excluir o glĂșten da dieta e se observa se nos quatro dias seguintes os sintomas indesejados se manifestam novamente. Se for identificada a melhora nos sintomas, a sugestão Ă© persistir na dieta sem glĂșten;
* Durante o perĂodo de exclusão, trigo, aveia, centeio e cevada podem ser substituĂdos por arroz integral, trigo sarraceno, quinua, soja, milho, tapioca, e tubĂ©rculos como a batata, mandioca e inhame.
* Frutas, de todos os tipos, não contĂȘm glĂșten e são ótimas opções para lanches no meio da manhã e tarde.
* Lembre-se: esta não Ă© uma dieta com a finalidade de perda de peso, mas isso pode acontecer devido ao melhor funcionamento do corpo sem a exposição ao alĂ©rgeno.
* Ă importante ainda manter bons hĂĄbitos: escolher lugares calmos para realizar as refeições; mastigar bem os alimentos; evitar a ingestão de lĂquido durante as refeições para não prejudicar o processo de digestão e diminuir o consumo de alimentos refinados e industrializados.
* TambĂ©m Ă© recomendĂĄvel aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes, de preferĂȘncia orgânicos; incluir no cardĂĄpio óleos vegetais como óleos de linhaça e de gergelim e azeite de oliva extra virgem, alĂ©m de oleaginosas como castanha do Brasil, amĂȘndoas, sementes de abóbora, linhaça e girassol.
Saiba mais sobre a doença celĂaca
Nos Estados Unidos e na Europa estima-se que uma em cada 200 pessoas tem a doença celĂaca. No Brasil, a estimativa Ă© de uma em cada 600 pessoas enfrentem problemas de saĂșde por não poderem ingerir esta proteĂna. Mas nos Ășltimos anos, com o surgimento de novos produtos no mercado de alimentação, os celĂacos passaram a ter motivos para sentar-se à mesa sem sofrer riscos e jĂĄ podem celebrar datas especiais sem culpa.
Os celĂacos podem consumir os produtos à base de arroz, milho, mandioca, polvilho, batata, quinua, farinha de banana e soja. Produtos que naturalmente são isentos de glĂșten, como barras de arroz com açĂșcar, pipoca de milho de canjica, frutas desidratadas, frutas oleaginosas, arroz integral, milho, soja e derivados, leguminosas (feijões, ervilha, lentilha), frutas e hortaliças tambĂ©m são ideais para quem possui a doença. ?O celĂaco vive com qualidade de vida e não manifesta os sintomas da doença desde que cumpra a dieta, ressalta a nutricionista da rede, FlĂĄvia Morais.
Segundo ela, os portadores da doença devem estar sempre atentos aos rótulos, embalagens e bulas, que nem sempre contĂȘm a composição correta ou bem clara dos ingredientes. ?Se, entre os ingredientes houver trigo, aveia, centeio e cevada, mesmo que não esteja escrita no rótulo a expressão ?"ContĂ©m GlĂșten", o alimento não deve ser consumido por quem possui intolerância ao glĂșten pois estes ingredientes contĂȘm a proteĂna, destaca a nutricionista.
O que Ă©? - A doença celĂaca não Ă© uma alergia, mas sim uma doença auto-imune caracterizada por lesão da mucosa do intestino.
O que causa? - O fator desencadeante da doença celĂaca Ă© o glĂșten, que dĂĄ elasticidade e ajuda as massas a crescer. Portadores da doença celĂaca não conseguem digerir o glĂșten e por isso ele deve ser excluĂdo da dieta dessas pessoas.
Como se manifesta? - A doença geralmente se manifesta na infância, entre o primeiro e terceiro ano de vida, podendo, entretanto, surgir em qualquer idade, inclusive na adulta.
Quais os sintomas? - Os sintomas incluem diarrĂ©ia crônica ou prisão de ventre, flatulĂȘncia, pouco ganho de peso e erupções na pele. Pode tambĂ©m se manifestar de forma atĂpica, principalmente em adultos, atravĂ©s de fadiga excessiva, irritabilidade, anemia resistente ao tratamento, infertilidade e osteoporose.
Como identificar? - Para diagnóstico da doença celĂaca Ă© necessĂĄrio exames e biopsia do intestino delgado.
Como tratar? - O tratamento Ă© seguir uma dieta rigorosa, sob orientação de nutricionista e/ou mĂ©dico, que exclua do cardĂĄpio todos os alimentos e preparações que contenham glĂșten. A remoção do glĂșten da dieta resulta na regeneração do intestino, alĂ©m de acabar com os sintomas na maioria dos pacientes.
Quais os cuidados especiais? - Retirar o glĂșten da dieta requer leitura cuidadosa das informações contidas nos rótulos das embalagens dos alimentos. A Lei nÂș 10.674, de 16 de maio de 2003 obriga que os produtos alimentĂcios comercializados informem sobre a presença de glĂșten, como medida preventiva e de controle da doença celĂaca.
Quais são as opções de alimentos? - Como alternativa, o celĂaco usa arroz, milho, mandioca, polvilho, batata, quinua, farinha de banana e soja.
Alimentos indicados para celĂacos
Para atender a todos os seus consumidores, o Mundo Verde dispõe de um mix de produtos prontos indicados para atender às necessidades dos celĂacos, como: farinhas, pães, torradas, biscoitos, cookies e bolos, macarrão, barras de cereais, cereal em flocos, snacks, massas de pizza, chocolates e alfarroba, quinua (grãos, farinha, flocos, macarrão), entre outros.
Farinhas sem GlĂșten - misturas à base de farinha de arroz, fĂ©cula de batata e fĂ©cula de mandioca ou farinha de banana ou farinha de quinua para preparo de pães, bolos, cremes, molhos, empanados.
Pães e torradas sem glĂșten - feitos com ingredientes como abóbora, fĂ©cula de mandioca, aipim, mandioquinha, soja e batata.
Biscoitos, cookies e bolos sem glĂșten - elaborados com amido de milho, fĂ©cula de mandioca, fĂ©cula de batata, farinha de arroz e com sabor de coco, gergelim, gengibre, cravo entre outros.
Macarrão sem glĂșten - massas nutritivas feitas à base de arroz, feijão ou quinua.
Barras de cereal sem glĂșten - feitas com quinua e frutas desidratadas.
Cereal em flocos sem glĂșten - flocos de milho e de quinua para adicionar a frutas e vitaminas.
Chocolates e Alfarroba - alternativas sem glĂșten aos chocolates convencionais.
Snacks sem glĂșten - soja torradinha e snacks à base de milho.
Serviço: Alô Nutricionista: 0800-0222528 (segunda a sexta, das 13 às 18 horas) / www.mundoverde.com